Osasco realiza Fórum de Saúde Mental

A Prefeitura de Osasco, por meio da Secretária da Saúde, promoveu no dia 22 de maio, o Fórum de Saúde Mental. O evento foi realizado no Centro de Formação dos Professores e faz parte da programação da Semana da Luta Antimanicomial, comemorada em 18 de maio.

As atividades foram divididas em três mesas, com os seguintes temas: 1) Processos de Desinstitucionalização e Construção de Autonomia para trocas de experiências; 2) Estratégias para Construção de Laços Sociais e de Pertencimento; 3) Atenção à População em Situação de Vulnerabilidade.

Os participantes debateram os avanços na rede de saúde para os tratamentos e cuidados com os pacientes com problemas de saúde mental, destacando a reformulação no sistema, antes realizado somente em hospitais psiquiátrico. Hoje, com a reforma psiquiátrica nacional, que visa a construção de uma rede de saúde mental, esses pacientes passaram a ser atendidos nos CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial), Consultório na Rua, leitos de Hospital Geral, Unidades de Acolhimento e de Atenção Básica, no local onde o paciente vive, sem precisar excluí-lo da sociedade.

O secretário de Saúde, José Amando Mota, participou da primeira mesa e relatou suas experiências. Ele lembrou que a proliferação dos manicômios esteve ligada à questões sociais, assim como a necessidade de trabalhar, que impossibilitava os familiares de cuidar dos pacientes com distúrbios mentais, ficando isolados da família. Mota criticou todo o sistema de saúde dedicado a esses pacientes na época.

Segundo Mota, os proprietários desses manicômios tinham interesses financeiros e acabavam transformando esses locais em depósitos de pacientes. Ele detalhou todo o mecanismo de internação dessas pessoas. Frisou ainda uma grande luta que resultou no fechamento da Assistência Vicentina Bussocaba, em Osasco, após esgotar todas as negociações para melhorar os atendimentos. “Fui muito criticado na época sobre onde colocaríamos esses pacientes. Nós tivemos que comprovar ao governo estadual, que estávamos fazendo a coisa certa porque a reação dos dirigentes do hospital era de que iríamos jogar os pacientes na porta do nosso consultório”, explicou o secretário. “Foi uma ação de coragem, de enfrentamento ao governador e ao prefeito da época. Mas transferimos os pacientes e fechamos a unidade. Não me arrependo porque o que acontecia lá era uma coisa horrorosa, talvez só comparada aos campos de concentração nazista, tamanha era a agressão ao ser humano que viva ali”, declarou. “Essa situação marca, não sai da memória. Eu não me arrependo em hipótese alguma. Lutei e vou continuar lutando”, completou Mota, dizendo ainda que o tratamento à esses pacientes continuam, mas de forma respeitosa, no sentido de incluir.

O evento foi aberto pela terapeuta ocupacional, Rita de Cássia Ferreira Lourenço. Também participaram das mesas de discussão a psicóloga do CAPS Perdizes, Célia Massumi Ichicawa; a coordenadora do Programa de Saúde Mental de Osasco e terapeuta ocupacional, Káthya Bertolini; a assessora do Programa de Saúde Mental e terapeuta ocupacional, Maria Luíza Cardeal Araújo; a terapeuta ocupacional, Rita de Cássia Ferreira Lourenço; a psicóloga Kátia Aparecida Nascimento Couto; a terapeuta ocupacional Carolina Lemos; a psicóloga Nanci Elen Lourenço Oliveira; o enfermeiro Augusto Casagrande; o psicólogo Francisco Couto; a coordenadora técnica de Atenção Básica e terapeuta ocupacional Aline Paixão.

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